quarta-feira, novembro 20, 2013

Dia de Ante-Estreia - O Conselheiro de Ridley Scott

Hoje é dia de ante-estreia.



Ridley Scott é um dos meus realizadores preferidos. Quer dizer, não sei se devo colocar a questão desta forma, mas ele é sem dúvida o "dono" de uma mão cheia de filmes que me arrebatam (ainda hoje) os cinco sentidos e me fazem acreditar que existem pessoas que andam sempre um pouco à frente da grande maioria das pessoas e que "vêem mosquitos na outra banda".

A lista, como referi, é extensa e prolonga-se ao longos dos anos (se bem que alguns destes filmes são de anos anteriores ao meu nascimento), mas digo apenas isto Alien o 8º passageiro e Blade Runner. Ele tem muitos outros que adoro, mas estes enchem-me de tal forma as medidas que se ele nunca tivesse feito mais nada eu não me importaria por aí além.

Mas hoje, volto a uma sala de cinema para ver a sua mão sobre O Conselheiro. Estou expectante, mas não o suficiente para me desiludir. Optei por não ver sequer o trailer do filme, e não fazer (como faço sempre) uma longa pesquisa sobre os detalhes do filme, elenco e "trivia". Desta vez vou ao cinema, e pronto.

De qualquer modo, deixo-vos o trailer e a data da estreia que é dia 21 de novembro.

Casa nova para o Luz Câmara Acção

E parece que temos uma casa nova.

O Luz Câmara Acção muda-se de vez para esta nova morada. Há muito que o tencionava fazer mas o apego à velha casa não me permitia levar esta mudança até ao fim, mas hoje é o dia e fico muito contente por vos apresentar o novíssimo: http://luzcamaraaccao.wordpress.com/



sábado, novembro 16, 2013

Equador | A Chocolataria do nosso amor

Corria o frio de novembro de 2010.
Ele levou-a de carro ao cair da noite até ao Porto.


A viagem foi um longo breve momento em que as palavras se somavam e multiplicavam umas às outras, sem nunca se atropelar, sem nunca se sentirem solitárias.
Na manhã seguinte, ou talvez na primeira "leva da tarde", os seus pés entraram juntos pela porta da chocolataria que ela só conhecia dos emails que ele lhe enviara com o roteiro imaginado da sua primeira viagem juntos. A viagem após a qual nada voltou a ser o mesmo.

Com os pés lá dentro, os narizes frios e os corações aquecidos como manteiga que se vai derretendo na frigideira, lá foram eles espreitando e descobrindo os segredos do chocolate, a quem ela já se confessava regularmente e a quem ele se confessava de forma tímida e até um pouco a contragosto.

Aquele lugarzinho pequenino e escondido na longa rua Sá da Bandeira, só se fazia descobrir através do maravilhoso cheiro a chocolate que de lá dentro inundava as suas narinas e do grandioso comboio que estava ainda a ser construído na montra.



Eles provaram chocolate quentinho, bolinhos, chocolatinhos e tudo o que possa acabar em "inho" ou "inhos". Levaram com eles uns "pacotinhos" à antiga atados com rafia e uma caixa de cartão com um soldadinho deitado lá dentro que haveria de ser a estrela dá árvore de natal daqueles dois.

Aqueles dois foram muito felizes ali. Aqueles dois são muito felizes hoje.

Esta é a chocolataria deles, esta é a chocolataria do nosso amor.


Todas as imagens foram retiradas da página de Facebook da Chocolataria Equador (Ilustração de Celestino Fonseca)



quinta-feira, novembro 14, 2013

quarta-feira, novembro 13, 2013

E quando alguém morre

E quando sabemos que alguém morre, uma parte de nós morre também. Não porque nos é próxima, não porque sentimos por ela aquele amor que só entregamos numa caixa de ouro selada com a nossa alma. Não é nada disso. Apenas porque sei que ela partiu e o mundo que vemos neste preciso momento deixou de ser visto pelos seus olhos.

Esta ideia sempre me arrepiou. Esse alguém não vai respirar mais este ar que nem sempre apreciamos. Não se vai emocionar com a mensagem de um anúncio de televisão ou com uma a de um filme, ou com o diálogo final daquela peça de teatro. Não vai voltar a dizer "amo-te", nem vai ouvir essa mesma palavra proferida por aquela outra pessoa que vê nela a sua continuação. Não vai voltar a sentir o sabor do seu fruto preferido, não vai cantarolar no banho, nem vai voltar a apreciar as primeiras horas do dia que nasce.

Lido mal com a morte. Sempre lidei. A ideia de que caminho na sua direcção faz-me questionar uma série infinita de coisas cuja resposta receio. Qual o meu propósito. Serei boa o suficiente? Serei merecedora? Porque é que nunca parti? Quando vou partir? Quando vão eles partir? Quando vão partir aqueles que amo. Voltarei a vê-los? E que lhes digo quando os reencontrar?

Continuo sentada à frente deste teclado e sinto muito pouco, mas o que sinto faz ricochete na cena deste filme...



The Tree Of Life - Terrence Malik

domingo, novembro 10, 2013

Tenho um novo filme na cabeça, chama-se "novembro"

Imagem via: http://www.pinterest.com/pin/130956301638115150/

Este mês tem um poder especial.

Não sei explicar ao certo por palavras que poder é, mas creio que é algo que tem que ver com o poder da antecipação. Novembro está entre outubro e dezembro, dois dos meus meses preferidos, mas por estar no meio não é mediano, e por estar no meio não é como aqueles irmãos de quem nunca se ouve falar, de quem nunca se espera muito. Pelo contrário, eu espero muito de novembro, espero tudo.

Por ele, esqueço que não gosto da sensação de frio quando fico muito tempo no sofá sem uma manta, e esqueço que está na hora de trocar bolas de gelado por pedaços dantescos de chocolate de leite. Por ele, prefiro ficar horas a ver filmes agarrada ao meu marido, do que a suspirar pelas horas de sol passadas na Figueirinha. Por ele, ando de mão dada na rua a pisar folhas de ouro estaladiças e a sorrir sempre que vejo as bochechas rosadas de uma menina criança emolduradas por uma franja e um gorro quentinho.

Novembro é o mês da esperança e dos preparativos mentais. Nada se faz, mas tudo se pensa. Onde vai ficar a árvore desta vez? Será que colei a cabeça daquela peça de presépio partida no ano passado? Onde vou passear na manhã de dia 24. Cabrito, perú ou leitão? Bolo, mousse ou azevia?

Tantos preparativos que "o irmão do meio" tem de equacionar. Novembro é frio, mas não é aquele frio que nos atira para a cama. Novembro é frio o suficiente para nos voltarmos a apaixonar pelo cheiro a castanha assada e pelo som das castanhas a serem balançadas no assador de latão. Novembro são as primeiras luzes, que por serem as primeiras, são alvo de olhares incrédulos mas que depressa ganham o seu lugar, e depressa nos mostram que é natal outra vez.

Novembro foi o mês em que te conheci, se já não bastasse tudo o resto.

sábado, novembro 09, 2013

Eu, tu e um aquecedor a óleo

Há frases que parecem tiradas de um livro.

                                       Katharine Hepburn, Cary Grant e Baby em Bringing Up Baby, 1938

Esta parece uma delas. Imagino-a feita cena de filme, gravada num único take, o take perfeito para um filme que trata as coisas pelos nomes e que não receia os aplausos mudos da crítica.

"Tu, a Miuccia e um aquecedor a óleo." Foi assim que ele a proferiu, no quarto que ainda está para ter um candeeiro de tecto, o mesmo quarto que escuro que tantas palavras ouviu trocadas ao amanhecer e anoitecer de cada dia que passou.

Ele disse aquelas palavras, e eu vi um filme, um filme diferente. Troquei a gata por ele, e imaginei-me velha, jeitosa, mas velha, sentadinha na cadeira de verga, com uma manta nas pernas e uma chávena de chá ao lado. Os gatos aos nossos pés e a televisão ligada a passar um filme dos anos 30, quando as comédias eram escritas para fazer com que as pessoas se esquecessem dos problemas que tinham vida.

A cena está gravada na minha cabeça. Agora temos ar condicionado (Ámen). Por quanto tempo não sabemos que a vida não está fácil e ninguém morre por abdicar de um bafo quente.

Eu, tu e um aquecedor a óleo, deste-me o nome para algo, eu só ainda não sei bem o quê...

sexta-feira, novembro 08, 2013

Lisboa que amanhece - Parte I

Por mais que viaje, é em Lisboa que "filmo" o filme da minha vida...

A Avenida da República é para mim um ponto de passagem e paragem diários. Por lá caminho todos os dias de mãos dadas entre pessoas que não conheço faça chuva ou faça sol. Às vezes questiono-me como seria a vida antes de eu ter nascido. Como seria passear pela Avenida da República no tempo de Eça de Queirós? Daria um filme?

Da próxima vez, veremos por onde é que Lisboa irá amahecer...

 A Avenida antes de 1910 via Lisboa desaparecida

e actualmente...